19/01/2021 Diversos

Muaythai: a luta das oito armas

Por trabalhar diversos grupos musculares e ainda ensinar movimentos de defesa pessoal, o muaythai tem se tornado cada vez mais popular

O muaythai, também conhecido como boxe Tailandês, é um esporte originado na Tailândia, com mais de 600 anos de existência. Pela sua popularidade, a modalidade era ensinada nas escolas, além de ser obrigatório para os soldados. Já no Brasil, o muaythai chegou no ano de 1979. Em 1980 foi inaugurada a primeira associação e em 1981 foi disputado o primeiro campeonato entre o Rio de Janeiro e o Paraná.

Os dois animais símbolos do muaythai são a cobra naja e o elefante, uma vez que os lutadores devem ter a agilidade e precisão do réptil, além da força do elefante.

A vendedora e instrutora de muaythai, Adriana Evangelista, 47 anos, conheceu a modalidade através de uma amiga. “Fui convidada para fazer uma aula teste e não parei mais de praticar essa arte marcial”, lembra ela, que não praticava nenhum outro esporte antes de iniciar no tatame.

No início dos treinos, Adriana encontrou algumas dificuldades. “Tudo era novo e cada aula era diferente. O Mestre faz as coisas acontecerem de forma diferente. Uma atividade nunca é igual a outra”, destaca a atleta. De acordo com a vendedora, o muaythai melhora o condicionamento físico, auxilia no gasto calórico, acelera o metabolismo, melhora a autoestima, fortalece o sistema imunológico, define a musculatura, possibilita um corpo mais flexível, bem como o ganho de força e agilidade. “É um prazer praticar um esporte que a poucos anos era modalidade desenvolvida apenas por homens. Isso me proporciona uma segurança enorme”, frisa a instrutora.

O Muaythai é um esporte de combate, com o uso dos cotovelos, joelhos, golpes com a canela, chutes e também golpes giratórios. As cotoveladas podem ser usadas em diversos ângulos, como na diagonal, para cima ou para baixo. Esse golpe é mais usado quando a distância para o adversário é pequena. Todo golpe do muaythai tem o objetivo de acabar com a luta.

O estudante Luís Mathias Juliatto Ribeiro, 12 anos, procurou o muaythai para ter uma autodefesa e maior conhecimento das artes marciais. “Todos os treinos têm alguma dificuldade, mas com a ajuda da minha instrutora, Juliana, consegui ter resistência e fôlego e fui aprimorando as técnicas da modalidade”, destacou Ribeiro que ingressou no esporte em 2018. De acordo com o aluno, o muaythai ajudou a ter disciplina, autocontrole, defesa pessoal, responsabilidade, força, foco, conhecimento e respeito.

A auxiliar contábil Juliana Paula De Lima Urban, 37 anos, é instrutora de muaythai grau preto – são 11 estágios chamados de exame de graduação para se chegar ao grau preto. Esse processo leva de cinco a sete anos conforme a dedicação nos treinos e a liberação do mestre para a formação.

Segundo a professora, os alunos começam a treinar com o objetivo de fazer uma atividade física. “Com o passar do tempo essa energia toma conta e sentimos falta se não treinamos durante a semana. A cada dia que passa queremos treinar mais, lutar, competir e graduar dentro do esporte”, ressalta Juliana.

Em cada luta, o praticante escolhe os seus métodos de luta e competição. Uns escolhem apenas os chutes, outros apenas os socos. “O muaythai é considerada um esporte de combate das oito armas, onde usamos dois punhos, dois cotovelos, dois joelhos e duas pernas, sendo considerada uma das mais completas e contundentes no mundo das lutas”, resume Juliana.

Texto: Maicon Pan/Jornal O Florense
Fotos: Jair Oliveira/Divulgação